ESCOLA 1
EMEB Érico Verissimo
A Diretora Lelia nos recebeu muito bem. As dependências da escola estavam impecáveis, a quadro e o prédio impressionam por serem muito grandes: a escola tem mais de mil alunos.
Realizamos a leitura da obra “Os Labaxos e as Chuvas” na sala de artes para os alunos do 5º ANO, seguida de abertura para perguntas.
Durante a leitura, mais especificamente quando a Leca consola a Olívia, um dos alunos disse: “Ah, não, mano, vou chorar.” Ao que foi prontamente perguntado por qual motivo e ele respondeu: “Essa história é muito bonita!”
Ficamos positivamente impressionadas com a reação, já que ele era um garoto e se emocionou pela beleza e não pela tristeza da história.
Outra aluna se emocionou ao final da leitura. Chorou, mas não perguntamos o motivo e nem ela compartilhou.
Outra, que estava sentada na primeira fileira, parecia muito interessada e disse do começo ao fim que tinha escrito um livro de terror no dia anterior e que, depois de conhecer pessoalmente a autora, ela queria tornar-se escritora também.
Notamos que essa escola, talvez pelo recorte de idade, focou muito nos sentimentos que o livro despertou.
ESCOLA 2
Escola Municipal Professora Hosue Morita Aoki
As escolas do primeiro dia possuem diferentes características topográficas: a primeira fica em partes baixas da cidade, com os morros em volta. E a segunda fica no alto dos morros, sendo possível até mesmo ver o Pico do Jaraguá.
Imaginamos que por esse motivo teríamos grandes questões das crianças em torno disso, mas como realizamos a leitura para toda a escola, e para as turmas mais jovens, foi mais difícil ter um diálogo aprofundado sobre os temas da obra escolhida - Os Labaxos e as Chuvas. Porém, foi perceptível que as turmas se interessaram grandemente, principalmente porque todo o município está estudando sobre a cidade, por conta do aniversário da mesma – ou seja, uma história da cidade e sobre a cidade faz a diferença no momento.
O coordenador Jorge e a diretora Juliana nos receberam muito bem e preparam o palco no pátio da escola para realizarmos a leitura.
ESCOLA 3
Escola Municipal Prefeito José Bezerra Sanches
Na José Bezerra, fomos informadas que os alunos estavam com o projeto da Estante Mágica, que consiste na publicação de um livro com suas histórias e suas próprias ilustrações. Foi dado a eles uma longa pesquisa sobre a autora e todas as turmas tinham lido “Os Labaxos e as Chuvas”. Por isso, optaram pela leitura de uma obra que não conheciam: Maria e as Doze Flores.
As perguntas foram muito ricas e giraram em torno do processo criativo, como:
- De onde surgiu inspiração?
- É muito difícil ler e escrever?
- Como faz pra ilustrar?
- Demora muito pra publicar um livro?
- Qual sua história favorita?
- Qual seu livro favorito?
- Com quantos anos começou a escrever?
- Qual seu livro favorito dentre os que você publicou?
- Você já escreveu uma história sobre si mesma?
- Qual seu filme favorito?
Percebemos que quando há um preparo da escola para receber a atividade, as perguntas são mais aprofundadas. Não acreditamos que há certo ou errado nisso, porque até mesmo quando não há preparação, esse primeiro encontro das crianças com uma escritora de verdade pode despertar grandes curiosidades, vontades e desejos. Tudo acontece no tempo que deve acontecer.
Em uma turma, na atividade de produção textual, eles foram incentivados a escrever um bilhete pra autora:
Uma das professoras disse que era o sonho de um dos alunos publicar um livro.
Na escola Jose Bezerra um aluno autista levantou-se e tirou uma foto com a autora. A professora reparou no ato e disse que foi um progresso, porque ele tem muita dificuldade de socializar e aquele ato, que parece pequeno aos olhos da maioria das crianças, fez muita diferença no crescimento do pequeno.
Uma aluna perguntou sobre a cachorra da autora. A equipe se assustou, pois em nenhum momento foi falado sobre o animal de estimação de ninguém. Depois, descobriram que ela leu na orelha do livro sobre a biografia da mesma e biografia era um tema que estava sendo trabalhado em sala de aula.
ESCOLA 4
Escola Municipal Cora Coralina
Na Escola Cora Coralina, realizamos a leitura para 3 turmas do 5º ANO. A essa altura, notamos algumas coisas que funcionam ou não funcionam durante o processo:
a) As leituras precisam ter no máximo 30 minutos;
b) É importante que eles participem, seja com sons, respostas a perguntas, enfim, eles precisam se sentir parte da história;
c) O livro “Maria e as Doze Flores” funciona melhor até o 3º ANO e “Os Labaxos e as Chuvas” vão muito bem com os 4ºs e 5ºs (isso era algo esperado, que já notamos durante a execução do ProAC de publicação de livro infantil);
d) Os menores gostam mais da história, enquanto os maiores, gostam mais do bate papo;
e) Descobrimos que é importante haver uma fala da autora que faça uma conexão com o que está sendo trabalhado em sala de aula. Por exemplo, notamos que algumas escolas estão trabalhando mais a leitura do que a escrita, então esse bate papo anterior com a equipe pedagógica faz muita diferença para que a visita da escritora consiga ser mais rica e aprofundada no que está sendo estudado pelas crianças.
Os alunos do Cora Coralina ficaram sentados na quadra. As dependências foram perfeitas para a ação, já que era um ambiente fresco em meio a onda de calor.
Eles prestaram atenção e as perguntas foram ricas e curiosas. Dentre elas:
- Seus pais aceitaram bem a escolha da sua profissão?
- Precisa fazer faculdade pra publicar um livro?
- Quantas pessoas precisa pra publicar um livro?
Foi possível notar que o tema “carreira” estava muito presente na mente das crianças, assim como na escola José Bezerra as perguntas eram mais focadas no processo criativo de um escritor. Tudo que é trabalhado em sala de aula faz muita diferença na hora da troca.
Um garoto autista quis fazer uma pergunta. Tentou na primeira vez mas não conseguiu. Na segunda tentativa ele disse: “Eu tenho uma prima de 3 anos. Ela chora muito e o pai dela bate nela.”
Uma garota falou com a Amara que tinha escrito um livro, ao que a Amara perguntou sobre qual tema. A garota pensou, pensou, pensou mais um pouco e disse: “Terror, paixão e ódio”.
Uma das turmas já conhecia a obra “Maria e as Doze Flores” e ficou encantada em conhecer uma segunda obra da autora.
ESCOLA 5
Escola Municipal Paulo Freire
Fomos na maior escola da rede municipal de Francisco Morato, com mais de 1.400 alunos, a escola Paulo Freire é agitada e cheia de informação. Fizemos a leitura de “Maria e as Doze Flores” com os primeiros anos. Eles participaram, prestaram atenção e, na hora das perguntas, contaram quais histórias gostavam. Uma garota pediu pra contar uma história no microfone e ela contou lindamente, dando entonações nas frases, dando as sequências de acontecimentos exatas do conto da Chapeuzinho Vermelho e chegando perfeitamente até o final. Eles pediram para que a autora contasse outra história, e ela resumiu “Os Labaxos e as Chuvas” – tendo em vista que meia hora de leitura não seguraria a atenção deles. Eles adoraram e até votaram em qual das duas histórias eles gostaram mais.
ESCOLA 6
Escola Municipal Fanny Goldberg
A última escola do projeto foi o Fanny. A diretora Sarah queria que a gente fizesse a leitura para toda escola, mas percebemos que por conta do número de alunos e do calor, seria mais válido dividir em duas turmas: os pequenos e os maiores, com leituras de livros diferentes. Funcionou perfeitamente.
Os pequenos fizeram perguntas muito inventivas sobre a história, focaram mais nos sentimentos da Maria, como por que ela gostava de olhar flores e árvores, por que ela achava das flores bonitas, por que ela dava flores pras pessoas, e até mesmo perguntaram porque os pacientes do Juquery davam medo.
Já na turma dos maiores, a primeira pergunta que surgiu após a leitura de “Os Labaxos e as Chuvas” foi:
- Foi muito difícil passar por tudo isso que você passou?
A grande dúvida da maioria das crianças gira em torno do processo de publicação do livro. Como ilustra, quem ilustra, como escolhe quem ilustra, como imprime, quem decide a capa, é legal, é divertido, como você decidiu se tornar escritora, entre outros.
Este projeto foi contemplado no Chamamento Público nº 05/2023 Edital de Seleção de Projetos do município de Francisco Morato com recursos da Lei Complementar n° 195/2022 Lei Paulo Gustavo.
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